sexta-feira, 29 de maio de 2009

Natureza, o melhor investimento

Com depoimentos de Augusto Boal e Leonardo Boff, o Fórum Social Mundial, que ocorreu em janeiro de 2009 em Belém, trouxe com mais vigor a discussão sobre o rumo do planeta. O tema, bastante popular, gera reflexões importantes. Mas ainda não foi tomada nenhuma atitude que fizesse diferença.

Governantes que fazem parte de reuniões da ONU sobre o futuro da Terra respondem cada qual por seu país, mas não necessariamente refletem a opinião dos cidadãos. Parece que a vontade de juntar esforços para resgatar a economia no mundo vem antes da necessidade de salvar a natureza.

As geleiras continuam derretendo, o buraco na camada de ozônio continua aumentando e a desigualdade social está cada vez mais gritante. Hoje, enquanto um brasileiro de classe média pode comprar um celular novo, mais uma pessoa morre de fome em algum lugar do mundo. A sociedade está condicionada a negligenciar situações mais graves. É claro que, quando há grandes tragédias - como enchentes, incêndios ou terremotos – o mundo se mobiliza, mas por pouco tempo.

Quantas pessoas ainda se preocupam em ajudar, de algum modo, os sobreviventes do maremoto que houve na Indonésia em 2005? Quantos se mobilizaram para salvar as vítimas do furacão Katrina, que devastou a Luisiana, também em 2005? Num mundo de total imediatismo, grandes tragédias naturais causam impacto e, não muito tempo depois, são arquivadas.

O descaso com a natureza pode levar a guerras, que por sua vez podem levar a crises econômicas. Essas crises só pioram a situação, porque para recuperar a economia, os países devem gastar menos em ações ambientais. A guerra do Golfo, por exemplo, arrasou o Kuwait em ambos os sentidos. E que atitude foi tomada depois dos ataques americanos ao Iraque? Apenas a reconstrução da economia.

As conseqüências do pós-guerra são vistas hoje, quase vinte anos depois, porque não foram criadas medidas efetivas em relação ao mau uso do petróleo. A busca por novas energias e combustíveis alternativos é apenas o começo de uma nova consciência. Tudo indica que a preocupação com o meio ambiente deve aumentar, pois, invariavelmente, as futuras gerações terão menos recursos naturais. Há quem acredite em destino e diga que agora tudo vai mudar: com um negro comandando a Casa Branca, talvez a economia dê a vez ao meio ambiente.

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