quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Os incomodados que se mudem

Recebi aquele e-mail sobre o abaixo assinado contra o Projeto de Lei 29/07 prevê uma cota nacional em todos os canais de TV por assinatura. Repassei pra minha lista toda. Recebi uma respota, um link pro blog do Roney. Quem quiser, clica e lê.

Vim aqui, no entanto, argumentar minha resposta.
Em primeiro lugar, achei um argumento egoísta o dele. O texto já começava dizendo que não gosta de assistir TV e baixa os seriados na internet. Muito bem, então acho que o argumento acaba aí. Se você é uma pessoa que não gosta de televisão, não assista e ponto. Se ainda por cima, baixa na internet o que você gosta de assistir, ótimo!

Concordo em parte quanto aos canais disponíveis, acho que cada um devia poder escolher apenas os canais que gosta ou simpatiza. Mas também, eu aprendi a ver muita coisa justamente por ter canais que eu, se fosse escolher, não teria. E tem mais, o pensamento fica ainda mais egoísta se pararmos pra pensar que muita gente (eu diria que a maioria) que tem TV por assinatura faz parte de uma família. Assim, o pai gosta de uns canais, a mãe de outros e o(s) filho(s) de outros diferentes, que podem até ser diferentes entre si. Assim, faz sentido o pacote oferecido pela empresa.

Quanto ao aumento de produções nacionais, sou a favor, lógico, porque isso inclusive me daria mais possibilidades de emprego. Discordo do projeto, porém, ao dizer que 1/3 da programação de canais internacionais deve ser brasileira, acho isso da maior estupidez. Vejo aí duas alternativas simples: começando pela melhoria de qualidade dos programas do GNT e Multishow, ao invés de comprarem horários de programas como Sex and the City ou The Oprah Winfrey Show, que produzam TV nacional de qualidade; ou o surgimento de novos canais nacionais por assinatura, universalização, por exemplo, de canais como a TV Universitária, que tem capacidade de produzir coisas realmente interessantes e aumentar os incentivos nas próprias Universidades.

Lei de incentivo à cultura eu apoio. Imposição de programação nacional provavelmente ruim nas redes internacionais, não. Aos interessados, o link do abaixo assinado: http://www.liberdadenatv.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho uma pena que somente eu tenha respondido e ainda tenha sido grosseiro porque esse assunto me irrita muito.

Só que eu não disse que baixo seriados por torrent apesar de não achar a prática ilegal e sim uma forma de conhecer antes de comprar. Disse que tenho visto só coisas em DVD e só me interesso por Dr Who (acho que vou comprar os DVDs).

Vou tentar falar mais educadamente esquecendo que acho todo esse lance que está acontecendo nas nossas TVs uma triste demonstração de elitismo, corporativismo etc.

Você não acha que se a gente se satisfizer com as programações nacionais da Globo News, GNT etc estaremos apenas fortalecendo o cartel que fez pressão para impedir que a televisão digital aberta permitiesse novos canais e não tem o menor interesse em permitir uma programação mais diversificada e de outros produtores de conteúdo a fim de garantir a manutenção do seu monopólio?

Você não acha que canais como Fox, Warner e HBO tem recursos financeiros para compensar o espaço que perdemos quando a TV digital aberta foi sabotada? Que obrigados a ter 1/3 da programação preenchida com material produzido aqui teriam que dar emprego a diversos produtores de altíssimo conteúdo que hoje só encontram espaço nos vimeos e videologs da vida?

O motivo para eu não gostar de TV é porque vejo claramente que nenhum dos grupos envolvidos está respeitando a população que os mantém e portanto não merecem também o meu respeito.

Para mim quem tem que se mobilizar por liberdade de qualquer coisa somos nós, pessoas, e não corporações como as que integram a Associação Brasileira dos Programadores de TV por Assinatura.

A liberdade que espero é a de ver novos canais na TV aberta, de poder escolher apenas um canal na TV por assinatura afinal ser obrigado a pagar por tudo é como ir a uma padaria para comprar um pão francês e ser obrigado a sair de lá com um pacote de centenas de pães e frios que não quero comer.