segunda-feira, 19 de outubro de 2009

não é felicidade



Engraçado isso. Achava que era só eu, mas parece que não.
Blog, no meu tempo, era um diário virtual. No meu tempo, eu digo, é por volta de 2002 quando essa febre surgiu (eu acho).
Não deixou de ser, mas além de termos crescido e aprendido diferentes modos de escrita, mudamos nosso modo de pensar e vários etceteras, hoje escrevemos escondidos.

Essa não sou eu. Tem uma máscara aqui, como eu imagino que todo blog aberto tenha. É assim que queremos ver e ser vistos pelo grande público. Mas quem é o grande público? É realmente grande? Acho que não. Então a gente escreve assim pra quem?

Consigo escrever sobre angústias, sofrimentos, pensamentos e dores profundas, sem escancarar minha vida. Claro que quem me conhece mesmo sabe e entende tudo. Nem sempre isso é bom, aliás, mas faz parte de ser-alguém, de ser-amada. Perder o mistério que normalmente me envolve é natural quando falo com amigos antigos.


Lembro aqui que a palavra "antigos" não se relaciona, necessariamente ao
tempo, não aqui. Tenho amigos antigos super novos, que a conexão é simplesmente
fácil e me sinto-amada e entendida. Como se fosse de infância, mas nasceu
ontem... sabe?



Costumo ficar ali, escondida atrás das músicas e frases de filme. Quem sabe sabe, não é só aqui, mas qualquer conversa da minha vida. É sempre mais fácil usar exemplos para explicar alguma coisa, do que as próprias palavras. Nossa, como é difícil usar as próprias palavras.
Aí quando a gente usa, e pensa "nossa, foi importante escrever isso" ninguém lê. Ficou muito grande, dizem.

Agora me deu uma sensação estranha, sei lá. Devo estar carente, de algo ou alguém. Mais provável que alguém, mas não quero pensar nem falar nisso.
Mais cedo estava lembrando do início do ano. Começou difícil já, primeiro de março foi uma pancada. Mas também não quero falar disso, não aqui e não agora. Se por acaso alguma alma se interessar, procure nos posts de março que deve entender, não é difícil. Só complemento que minha carência não tem nada relacionado com isso, pelo menos não essa que bateu agora.

Quero alguém que entenda a importância de um bode violinista. Melhor ainda seria ter um bode violinista... cadê?
Quem o encontrar, me avisa por favor.





E quem tiver tempo, lê o livro dos Novos Baianos, de Moraes Moreira.
Para quem não conhece, O Bode Violinista é um quadro do russo Marc Chagall.



Mas eu sou eu, não consigo deixar de parafrasear alguém.


I never loved nobody fully
Always one foot on the ground
And by protecting my heart truly
I got lost in the sound
I hear in my mind

Happiness isn't happiness without a violin-playing goat.
Indeed it isn't...

"PROCURA-SE UM AMOR QUE GOSTE DE CACHORROS"... SÓ EM FILME MESMO.

4 comentários:

Nara disse...

Eu concordo com tudo, mas só sei escrever escondida. Completamente escondida, nao como voce. Devo ser mais medrosa.

Nou disse...

Acho essa expressão engraçada. A tal "minhas próprias palavras", como se palavras fossem suas ou minhas. Essas palavras são minhas? Ou só as palavras, como diriam na linguísica, adamicas, são realmente de alguém?

(Triste pensar isso, porque assim só o tal do Adão teria palavras.)

Mas o adão nem disse TODAS as palavras. A "saudade" é de um brasileiro (será?) qualquer que inventou de criar essa palavra. E de meu mesmo não teria palavra nenhuma. O zozmar, talvez, seja um verbo meu. (Se bem que o Orkut disse antes).

Sei lá

Tá ficando treloso esse comentário. Não aceita não, gata.

Acho só que, para ser mais direta, nossas palavras ou dos outros, é difícil falar sobre assuntos difíceis. E é difícil ser belo falando sobre coisas difíceis...


E aliás....leria seus posts mesmo que enormes.

(E sei que você terá lido meu comentário enorme também!)

Anônimo disse...

Eu li tudo! Adorei e vc escreve muito bem! E sabe parafrasear muito bem também!
Bj te amo,
big sis

Anônimo disse...

E eu tenho uma tendência a ler textos grandes. Adoro ler! e gosto de te ler! bjs, mami