segunda-feira, 5 de março de 2012

Extremely loud and incredibly close

Extremamente alto.

A sensação que eu tive ao sair do cinema foi parecida com quando saí de O Artista, todos os sons ficam extremamente altos. Ouvi como nunca os meus passos, minha mão no corrimão da sala na saída do cinema, o jeans da minha calça a cada passo quando as pernas se encontravam. Tudo extremamente alto num nível de detalhe que não costumamos reparar.

Incrivelmente perto.

Engraçado, minha sensação na verdade é a oposta. Me senti incrivelmente distante de tudo e todos quando o filme acabou. Como o menino e a mãe, que na verdade não era bem assim, mas era assim que ele se sentia.

Outros...

O Artista.

Um filme mudo, em preto e branco, francês. Atual. Atual no sentido de que foi produzido atualmente (ano passado). Confirmando todas as expectativas do Oscar e contra todas a história da Academia, O Artista foi o grande vencedor do ano, e mais que merecido: figurino, trilha sonora, e os tão cotados ator, diretor e filme!
Se passa no final da década de 1920 e acompanha o surgimento do cinema falado. George Valentim (Jean Dujardin) é um dos principais artistas do cinema mudo e seu orgulho o impede de seguir em frente e começar a falar. Dujardin é absolutamente apaixonante. Queria ser muda com ele, só com aquelas roupas incríveis e aquele fundo musical... saí do filme ontem achando que não precisava de mais nada.

Hugo.

Assisti após O Artista. Percebi que eu precisava de mais que as roupas e a música do filme francês. Precisava viver naquela estação de trem com aquele menino tão determinado a manter a memória do pai viva e concertar um boneco que supostamente tinha uma mensagem secreta. O filme tomou um rumo inesperado, para mim, ao se misturar com a história do cinema, me mostrar George Méliès e me lembrar que o cinema é onde os sonhos se tornam realidade. Como fui me esquecer disso? Nunca deixe de sonhar, nem de acreditar.


O mais importante é viver. Sentir, ouvir, tocar. Viver.

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