Para Marina,
Os comentários "que história mais inverossímil" e coisas do gênero costumam me incomodar. O cinema, como eu sempre defendo em discussões a respeito, não existe para recriar a realidade, mas sim para criá-la. Volto ao ponto: se existisse para recriar a vida, nunca teríamos um Star Wars, por exemplo. Acabei de sair de uma sessão com minha mãe, Educação.
O filme, recomendo. A companhia, para várias outras coisas também. A combinação não foi minha favorita, não sei é implicância demais ou o quê. Aos que não viram o filme e gostam de surpresas, sugiro que parem de ler. A todos os outros, lá vamos nós.
Em 1961 uma menina de 16 anos conhece um homem mais velho, que a leva em viagens, boates, passeios magníficos. Encantada, e com total apoio dos pais, sua vida toma rumos inesperados que a levam a largar a escola. Largar a escola, os estudos, os planos brilhantes de um futuro em Oxford, mas com a promessa de casamento.
Até que a menina que sonhava ser Audrey Hepburn descobre que seu noivo não apenas é casado, mas vive com a mulher e o filho a poucas quadras de onde ela mora. Sua trajetória de reinserção na escola e no universo acadêmico parece bastante fácil no filme, como se a menina - de então 17 anos - não tivesse feito muito esforço.
Sim, é inverossímil, mesmo sendo baseado em fatos reais. Mas direção, atores, trilha sonora, direção de arte, figurino e maquiagem se encontram com tanta harmonia que pouco me importa se aconteceu ou não. Pouco me importa se é mais próximo da realidade ou da ficção. Só acho que, se é para ser verossímil, mãe, ela poderia ter sofrido um pouco mais para recuperar sua vida e seu futuro promissor.